Formada pela escola da vida, Dolores aos 72 anos regorgita palavras, xinga a todos que a visitam, detesta crianças e cheiros. Em seu quarto-escritório foi encontrada viva, se contorcendo e apertando as nádegas, rasgando a pele, puxando os cabelos.
Câncer na coluna, um tumor gigante, tomando conta da sétima vértebra, aquela que segundo ela achata a disposição.
Dolores martelou os pregos na cadeira, aprendeu a afinar pianos e hoje espera sentada, odiando, afinando e escrevendo sobre nada, sobre absolutamente nada em que viu toda a sua existente imersa.
Suporta gatos e pererecas.
Nunca foi a feira.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário